A reforma protestante impulsionou uma nova religião - Calvinista - que ia contra a doutrina do justo preço (o valor de um bem deveria ser igual ao seu preço de produção) e era a favor da cobrança de juros (usura), práticas até então condenadas pelo catolicismo. Já se percebe, então, a divergência de idéias e a busca do certo e do errado nas relações comerciais.
A contemporaneidade chegou e as normas de conduta da empresa e do administrador mudaram. Os novos tempos mostraram que não é mais só a igreja quem determina essas regras, mas a sociedade, o meio, os clientes, os consumidores... Muito mais difícil que ir contra um dogma religioso, é agora administrar mantendo os lucros altos e seguindo pelo caminho da ética, do respeito e da responsabilidade social. O administrador já possui um próprio código de ética, aprovado em 2001 e ele aparece como uma forte ferramenta para a manutenção dos princípios nas empresas.
Pode-se afirmar, então, que para os profissionais sobreviverem às influencias do meio, das tentações e das ilegalidades, eles precisam também ter conhecimento e formação teórica para agirem eticamente. Em entrevista com o gerente Felipe Pereira Libório, da ML Gomes Advogados e Associados, ele afirmou estar ciente e em dia com a ética. Contou-me de sua formação em Direito e das matérias que lhe deram base para atuar nesse cargo, como: Ética profissional, Filosofia do direito e Sociologia. Além disso, ele afirma que a atuação prática lhe proporciona imenso aprendizado: ”É no dia-a-dia que podemos, realmente, aplicar aquilo que aprendemos. Aqui mesmo no escritório determinamos nossa missão, visão e valores, nas quais um dos itens propostos é a ética. Trabalhamos em prol dos clientes e mesmo em busca do nosso objetivo - que é recuperar créditos – não deixamos de agir com responsabilidade, transparência, solidariedade”.
Logo, concluo que a ética é um tema muito atual, cada passo da modernidade é uma janela aberta para esse questionamento. Se hoje ficamos sem respostas para a questão da influência que o marketing induz nas pessoas, das relações de concorrência e práticas para se sobressair no mercado financeiro, amanhã discutiremos outros temas tão polêmicos quanto e ainda assim pensarão os empreendedores se é válido, ou melhor, se é lucrativo manter uma postura ética. Contudo, em se tratando de uma era competitiva, o palco não é daquele que faz o melhor, e sim de quem em seu conjunto consegue atribuir valor a um produto, superar as expectativas do cliente e principalmente, fazer tudo isso sendo ético: não utilizar mão-de-obra infantil nem escrava, não explorar nem discriminar seus empregados, não poluir o meio ambiente, não desperdiçar, não sonegar, não atrasar, não desrespeitar, não assediar moralmente...
1 comentários:
Acredito que o administrador deve capacitar-se para perceber que, acima do seu compromisso com o cliente, está o interesse social, e, acima de tudo levar esta crença à sua organização. Excelente postagem.
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